Nervo Radial

O nervo radial inerva o tríceps, músculo posterior do braço, contorna posteriormente no 1/3 médio do úmero, osso do braço, 10 a 12 cm do cotovelo, dando origem a um ramo sensitivo póstero-externo do antebraço, em seguida caminha na goteira braquial externa inervando o músculo braquiorradial (longo supinador). Ao nível do cotovelo o nervo penetra no túnel radial descrito por Roles e Madsley, que se estende do epicôndilo lateral do úmero a entrada do curto supinador.

A neuropatia compressiva do nervo radial representa 6% das neuropatias não traumáticas.

A compressão do nervo radial na arcada do supinador, arcada de Froshe, 1/3 superior do ante braço, também é chamada de paralisia do nervo interósseo posterior ou síndrome do supinador. Na compressão mais baixa, 1/3 distal, quando é comprimido entre o músculo braquiorradial e o extensor do punho, chama-se síndrome de Wartemberg.

O que causa

A causa mais freqüente é ANATÔMICA, pela compressão na borda fibrosa da porção superficial do curto supinador que na infância é fina passa a espessa na fase adulta, esta arcada é fibrosa em 80% dos pacientes operados. Complexo vascular de HENRY; arcada vascular proveniente da artéria radial e recorrente radial que cruza sobre o nervo comprimindo-o, que deve sempre ser ligada e dividida a fim de descomprimir o nervo.

As fraturas com desvio da cabeça do rádio provocando traumatismo do nervo direto pelo deslocamento ósseo ou pelo edema e fibrose posterior ao trauma.

Lesões expansivas, tumores do cotovelo, comprimindo o nervo não são freqüentes.

As mais comuns são: Lipomas e cistos que podem levar a formação de neuromas e até axonotmese podem ser diagnosticados através do ultra-som no pré-operatório.

Há uma paralisia idiopática, também chamada paralisia dos amorosos, que é provocada pela pressão da cabeça de um dos amantes no braço do outro, durante o sono. Ao acordar, a mão está caída. Essa paralisia também está relacionada com o alcoolismo e outras drogas, por uma compressão no nervo radial causada por uma compressão contra qualquer superfície dura nas pessoas em “coma alcoólico”.

Em 1908 o anatomista alemão FRÖSHE descreveu, pela primeira vez, uma arcada invertida formada pela porção superficial do músculo curto supinador sob a qual passa o nervo interósseo posterior que caminha dentro das fibras deste músculo. O nervo interósseo posterior é acompanhado por um pedículo vascular proveniente da artéria recorrente radial, que muitas vazes leva a formação de vasos que cruzam sobre o nervo alguns mm proximal a arcada de Fröshe, chamado de complexo vascular de HENRY que pode levar a compressão do nervo.

Sintomas

Inicia-se geralmente com quadro de formigamento, dor e dormência no território sensitivo do nervo radial.

Ao exame se encontra dor localizada na arcada do supinador, arcada de Froshe, com sinal de Tinel, choque na percussão.

Em casos mais avançados, impossibilidade de levantar do dedos.

Diagnóstico

Exame clínico, pesquisa do sinal de Tinel, dor à palpação na arcada de Froshe desencadeando parestesia, formigamento, no território sensitivo do nervo radial.

Nos casos mais avançados, a ENMG , Eletroneuromiografia, pode mostrar a paralisia dos músculo inervados pelo radial.

Tratamento

O tratamento é cirúrgico que consiste em abrir a arcada fibrosa nas duas localizações e realizar a microneurólise, liberação interna do nervo.